quinta-feira, 16 de outubro de 2014

My Wonderland: Capítulo 28: O dia do paintball.




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Levantei-me cedo para não perder o autocarro. Aliso o meu cabelo, visto uma roupa velha, e calço uma sapatilhas. Desço as escadas e vou tomar o pequeno almoço. Estava mesmo nervosa: o paintball ia ser no meio de uma floresta enorme!



 Aquilo era entusiasmante e ao mesmo tempo assustador. Não estava em harmonia com ninguém do meu grupo, e supostamente deveríamos trabalhar em equipa. Ouço o motor do autocarro a aproximar-se, e saio de casa. A vantagem de viver perto das primeiras paragens de autocarros da cidade é ninguém te observar ao entrares no veículo. Vejo as pessoas a entrarem, à medida que vamos parando, e fico contente por não conhecer ninguém naquele espaço lotado. Uma rapariga, que diria ter uns 12 anos, senta-se ao pé de mim, coloca os auscultadores, e começa a ler uma revista. Eu olho pela janela, e começo a pensar no que a Jéssica me disse. Ela tinha razão, eu nem tinha sequer pensado uma única vez em maneiras de separar Nicole e Meg. Lembrei-me que poderia fazer como na última vez: tirar batons da bolsa da Nicole enquanto estão em educação física, e coloca-los na mochila da Meg. 


Não, isso é muito clichê. A Meg também ajudou a pregar essa partida à Nicole, iria ser demasiado óbvio. Tem de ser uma coisa diferente, original, perspicaz e inteligente. A minha criatividade estava bloqueada. Ter a opinião da Amy ajudaria, mas isso era mais um passo para cair no abismo da Megolândia.
Tentar sabotar alguma coisa..... sabotar o quê? Os saltos da Nicole? Iria ser hilariante vê-la bater com aquelas trombas no chão, mas isso não as iria separar, a não ser que nos saltos tivessem escrito "Meg".
Uma coisa que a Nicole também detesta: que alguém dê mais na a vistas que ela, exceto quando se está a ser humilhado. O quê? Ia pedir à Meg que usasse ainda mais brilhantes e fosse mais extravagante? Claro, isso iria resultar, e a seguir, ia-me transformar num pónei encantado. Tentava concentrar-me mais, mas o barulho que estava dentro do autocarro era insuportável.


 Avisto um cartaz com 3 raparigas a comer cereais, e foco o meu olhar na rapariga que estava mais afastada das outas duas. Não sei se era da minha imaginação, mas ela parecia ter um ar um bocado angustiado. Se calhar também conseguia ouvir a barulheira que o autocarro transportava.Tinha acabado de ter uma ideia. Poderia-me aproveitar do facto da Amy estar com a Meg, ainda não sei bem como. Talvez dar incertezas à Nicole quanto à confiança que está a dar a Meg. Assim talvez ela comece a ver coisas que encaixam com as minhas observações, e fique baralhada. Já me aconteceu.


 Houve uma época, na minha antiga cidade, que uma rapariga nova surgiu na nossa escola. Como é costume, toda a gente começou a inventar cenas acerca de demónios, pragas, e coisas que ela fazia em segredo. A rapariga era tão estranha, que os atos dela começaram a enquadrar com os boatos que andavam por aí. Eu própria estava a deixar-me levar por uma coisa absurda! 
Os meus pensamentos foram interrompidos pela paragem repentina do autocarro e pelos gritos entusiasmados das pessoas à minha volta. Tínhamos chegado, e perante os meus olhos, estava uma floresta sem fim, autocarros a abarrotar de pessoas, um monte de materiais de paintball, e o reflexo da minha cara em pânico no vidro do autocarro.


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